quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Proibição, castidade e tabus...

Para expressar uma porção de conceitos, o mais das vezes pouco claros, a psicologia tomou emprestado um vocábulo polinésio. Trata-se da palavra "tabu". Esta imediatamente nos leva a uma ideia potencialmente negativa. Seriam proibições (quase sempre idiotas para o homem moderno) a respeito de assuntos dos quais nem se deve falar. Mexer nessa área seria expor-se a perigos sobrenaturais. Derivam do respeito que se deve ter para com objetos sagrados. Seriam interdições mágicas, que não devem ser discutidas por serem santas. Tal ideia se avizinha de uma neurose. Mais de uma vez na vida já escutei gente sentenciando que a maioria das proibições religiosas, de ordem sexual, seriam meros tabus, portanto, leis irracionais. Neste caso, como ficam os estímulos da Bíblia a uma vida casta? “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, honroso e puro” (Fil  4, 8)?

Quando em assuntos sexuais se procura mostrar a beleza da sexualidade, como uma forte energia motivadora, um bem desejado por Deus dentro da vida matrimonial, não se pode mais falar em tabu. Este existe onde não há motivação, onde tudo é misterioso e sem razão de ser. O  verdadeiro discípulo de Cristo sabe por que deve se abster de desregramentos sexuais. Isso é uma espécie de disciplina, visando bens maiores. O que buscamos é relativizar o legítimo prazer sexual, por sabermos que existem bens maiores, como o amor a Deus e ao próximo. "Só os puros verão a Deus" (Mt 5, 8).

Certa ocasião, numa roda de conversa, falei a meus interlocutores que eu admirava muito o gesto heroico da mártir catarinense Beata Albertina Berkenbrock. Ela preferiu derramar seu sangue a satisfazer os instintos sexuais de um homem brutal. Ela preferiu morrer por causa de suas convicções religiosas. E também para defender a honra da mulher. Então um distinto senhor sentenciou: “Essa moça não serve de modelo para a juventude de hoje”. Trata-se de alguém que capitulou diante do mundo moderno. Ele acha que a mulher, em vez de dar a sua vida por convicções de fé, deveria se entregar pacificamente. Essa bem-aventurada – que do céu ela me ouça- seguramente não agiu por força de tabu, mas por convicções de fé.





Dom Aloísio R. Oppermann, scj é  Arcebispo de Uberaba




  


Comunhão e sexo

Para enriquecer mais o assunto, recentemente o Padre Paulo Ricardo, postou um vídeo sobre o assunto, vale a pena conferir:


Para viver a castidade é preciso que o cristão creia que é possível odiar o pecado e buscar a santidade.
 

A relação sexual fora do matrimônio é uma mentira, pois existe uma contraposição entre o que o corpo expressa e o que a alma experimenta: o corpo insinua uma entrega total; a alma revela a falta de compromisso entre as partes. 


Aceitar que é possível, com a ajuda de Deus, sair do pecado e viver da misericórdia é o caminho para o cristão ser vencedor: não fazer do pecado um projeto de vida, eis o caminho para se aproximar da comunhão.


A castidade vem como um dom da misericórdia de Deus.
 



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