domingo, 20 de novembro de 2011

Canção Nova pode tirar apresentadores políticos do ar


Evangelização e ética se abraçarão. Esse pode ser o resumo da decisão tomada pela TV Canção Nova após os protestos de católicos de todo o Brasil contra a presença do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), cujo estatuto exige empenho de todos os partidários pela legalização do aborto no país, Edinho Silva, na apresentação do programa recém-estreado “Justiça e Paz” – que foi ao ar nos dias 10 e 17 de novembro.

Edinho Silva, marxista formado pela Teologia da Libertação – teologia que legitima governos ditatoriais e inimigos dos direitos humanos como o praticado em Cuba pela família Castro – participou ativamente, no período eleitoral de 2010, do movimento de CENSURA do documento da CNBB Sul 1 que alertava todos os brasileiros para o comprometimento do PT com a legalização do aborto no Brasil. Na época o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, uma das principais vozes que endossavam o documento da regional São Paulo da CNBB, foi ameaçado de morte e obrigado a se esconder no Paraná até o final das eleições presidenciais.

Abismados com a promiscuidade eleitoreira que transformou o presidente do PT em apresentador da Canção Nova – função desempenhada, em geral, por padres e missionários -, católicos recorreram às redes sociais, emails e blogs para cobrar coerência da emissora religiosa, a maior da América Latina. A ação espontânea dos fiéis de todo Brasil ficou conhecida pelo lema #CançãoNovaSemPT, conseguiu chamar a atenção do Vaticano para o ocorrido, mas não obteve qualquer resposta pública da TV Canção Nova – mantida com dinheiro e com doação de objetos de ouro de seus sócios.

Edinho Silva (à direita), presidente do PT, durante coletiva, no dia 18 de outubro de 2010, na qual petistas se referiam ao documento da CNBB Sul 1 contra voto em candidatos pró-aborto, como Dilma Rousseff, como “panfletos anti-dilma” – dissimulando a perseguição religiosa à qual estavam empenhados
Fontes anônimas comunicaram que o programa religioso do petista motivou um convite à direção da emissora por parte do bispo da diocese de Lorena (SP), jurisdição eclesiástica na qual se encontra a Canção Nova, Dom Benedito Beni, no início da semana passada. Durante a reunião, supostamente a TV católica comprometeu-se em modificar sua grade de programação e tirar do ar os políticos que apresentam programas como “Justiça e Paz” (Edinho Silva – PT), “Papo Aberto” (Gabriel Chalita – PMDB) e “Mais Brasil” (Eros Biondini – PTB).
Em seu twitter, o deputado e missionário da Canção Nova, Eros Biondini, confirmou que seu programa estaria fora do ar no sábado, 19, e informou participar de uma reunião com a coordenação da Canção Nova relativa a “alterações por causa da lei eleitoral” que somente em 2012 entrará em vigor:
A TV Canção Nova foi fundada pelo monsenhor Jonas Abib e é presidida pelo administrador de empresas, Wellington Jardim, o Eto. Possui 350 retransmissoras. Seu sinal atinge todo o território nacional por parabólica, além de TV por assinatura (Sky: canal 24, via Embratel: canal 119 e Oi TV canal 9) e operadoras de TV a cabo. 

Provisoriamente, a Comunidade Canção Nova tem Reconhecimento Pontifício desde 03 de novembro de 2008. Por meio dele a Santa Sé reconhece a Comunidade como Associação Internacional de Fiéis de Direito Privado e atesta a comunhão da Canção Nova com a Igreja.
A Comunidade é filha do Movimento de Renovação Carismática Católica (RCC) que, há alguns anos, mantinha, na TV Canção Nova, um programa de evangelização aos domingos. A Comunidade é independente da RCC e, por longos anos, ambas foram consideradas opositoras da Teologia da Libertação, de viés marxista, no Brasil. 

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