terça-feira, 8 de novembro de 2011

Testemunho: O sonho de uma capela

Meu nome é Edilson Marques Bizerra, e resido em Campo Mourão/PR. Sempre fui uma pessoa tranquila, sem bebidas, farras, drogas etc. Jogava futebol de salão representando Campo Mourão em campeonatos regionais, estadual e jogos municipais. Eu amava que fazia.
Em 1996 comecei a sentir fortes dores de cabeça e pressão alta. Fui ao médico e ele constatou que estava com problemas renais. No mesmo momento ele me falou de várias coisas. Perguntou se eu tinha irmãos, pai, mãe, pessoas da família, foi falando e o choque ficou ainda maior.

Nessas conversas vim saber que os meus dois rins estavam apenas com 30% de funcionamento: eu estava com nefrite crônica.

Edilson Marques Bizerra

Meu chão caiu, e eu que tinha todas as minhas forças todas dedicadas ao futebol de salão e não a Jesus, não era muito de ir à igreja, mesmo minha família sendo católica e participativa, fui buscar Jesus, pois sabia que o único que poderia me curar seria Ele, sem a necessidade de fazer o transplante e poder continuar jogando.

Um dia, minha tia Marina me apresentou a Coordenadora Diocesana da RCC, Irene Peteck, e através dela comecei a frequentar o Grupo de Oração Água Viva da Catedral e também vários retiros, mas sempre buscando a cura física.
Como eu pedia para ser curado fisicamente, não reparava o quanto Deus estava curando o meu coração. O incrível é que a maioria dos retiros que eu ia eram em ginásios ou quadras de esporte e aquilo me intrigava. Até que num retiro no Ginásio do CAIC no final de 1997, o pregador Roberto Tannus disse palavras conduzidas pelo Senhor onde eu senti fortemente que iria passar por tudo que haveria de vir e seria uma grande benção.
Nisso, minha única irmã, Fátima, fez os exames e, Graças a Deus, a compatibilidade foi enorme. Em 10 de fevereiro de 1998, na Santa Casa de Maringá, fiz o transplante renal, no mesmo hospital onde eu tinha nascido, dia 15 de fevereiro de 1967.
Quando acordei, após o transplante, a primeira coisa que vi foi um crucifixo na parede bem em frente a mim, mas não conseguia rezar, pois a presença de Deus era tão grande naquele lugar que fiquei totalmente paralisado.
Do meu lado direito, sentia a presença de Nossa Senhora; foi incrível e inexplicável. Passada a fase de recuperação, a Irene Peteck vendo que já havia participado de vários retiros da RCC me enviou para o ENUCC de 1998 que foi em Presidente Prudente, ali pude perceber qual seria minha primeira missão.

Ao invés de marcar gol no futebol de salão, Jesus queria que realizasse GOU nas faculdades da minha diocese. Num momento de intervalo, disseram que havia uma capela naquela faculdade particular e eu fui procurar, pois queria conhecer. Fiquei maravilhado em ver uma Capela em uma faculdade e Deus me falou que deveria haver uma Capela em nossa faculdade. Saí dali com o coração cheio daquele desejo, e isso não saía da minha cabeça.
Quando retornei a Campo Mourão, após o encontro, escrevi uma carta ao Governador da época, Jaime Lerner, tamanha a minha vontade, solicitando a construção da Capela. Passou o tempo e nada de resposta.

Um certo dia, morava em um prédio e de repente acabou a luz. Fui para fora ver o que tinha acontecido e encontrei o professor João Carlos Leonello, que havia ido comigo ao ENUCC, e disse a ele que nós mesmos deveríamos tomar a frente e construir a Capela, sem dizer a ele que havia escrito a carta para o Governador.
Como havia um grupo de evangélicos que se reuniam também em oração um dia após o nosso no anfiteatro, resolvi ver com eles para juntos construirmos uma Capela Ecumênica, já que no anfiteatro tinham várias atividades e as vezes ficávamos sem nos reunir.
Eles se reuniram, discutiram, conversaram com o Pastor responsável pela OPECAM (Ordem dos pastores evangélicos de Campo Mourão) e definiram que não iriam participar da construção, e enviaram uma carta para Diretora da Fecilcam abrindo mão da construção.

Ela por sua vez nos comunicou que nós poderíamos construir a Capela, o que prontamente aceitei. Disse a ela que seria católica, devido aos fatos que ocorreram pela liberação dos evangélicos e começamos a construção.
Deus foi orientando em tudo, desde a adequação de uma sala, construção das paredes, frente da Capela, pessoas para colaborarem, doações, foi uma benção a construção, não nos faltou nada.

Concluída a Capela o Bispo Diocesano, da época, Dom Mauro Aparecido dos Santos, decretou que aquela seria a Capela de Nossa Senhora do Rocio e que teríamos o Sacrário com Jesus Eucarístico. Em 15 de agosto de 2001, a inauguramos celebrando uma Santa Missa.
Estamos comemorando 10 anos de Capela e ao que tenho conhecimento ela é a única com a presença do Santíssimo Sacramento em uma faculdade pública no país. Tudo isso fruto da vontade de Deus!

Hoje ela é um local de encontro diário dos universitários com Jesus, temos o GOU às segundas-feiras, e nossos irmãos evangélicos a utilizam às terças-feiras.
O projeto, Deus coloca em nossas mãos, devemos assumir e ser ousados para que Ele nos use e avancemos para águas mais profundas.
Já ia me esquecendo, passado alguns meses após a construção, a diretora da Fecilcam me procurou e disse que o Governo do Estado havia enviado um comunicado que não tinha recursos para construir uma Capela, e me perguntou quem será que havia feito o pedido.
Deus providenciou os recursos.

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