Pedro Teixeira/Canção Nova
Milhões de pessoas em todo o
mundo sofrem de depressão, doença cuja causa ao longo de séculos tem sido
estudada. Além de grandes avanços no campo da ciência, a fé é uma importante
aliada na superação do problema.
Assista à reportagem
Como uma árvore que perde o
verde. Que se definha aos poucos. Assim era Eloisa Vânia Santos 10 anos atrás
quando a depressão pesou na vida dela. E a fez emagrecer.
"Eu não tinha vontade
de fazer nada, eu não tinha vontade de levantar, de tomar banho, eu não tinha
vontade de sair, não queria ver ninguém, não queria ver as pessoas e que
ninguém me visse nessa situação", conta Eloisa.
A grosso modo, a psicologia
define a depressão como impotência do homem diante das dificuldades. As
distorções de pensamento surgem entre a infância e a adolescência, quando
aprendemos a ter pensamentos negativos involuntários causados pelo meio em que
crescemos.
"Esse aprendizado de
identificar seus pensamentos automaticamente negativos é a preparação para um
segundo passo, que é começar a desafiar esses pensamentos. Nem tudo o que nós
pensamos é expressão da realidade", explica o psicólogo especialista no
tratamento de depressão e ansiedade, José Almiro Machado.
Na psiquiatria, os
medicamentos auxiliam na estabilização dos neurotransmissores, substãncias
químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios.
"Você tem uma queda na
quantidade dessas substâncias químicas dentro do cérebro e aí ocorrem os
sintomas característicos da depressão", explica o psiquiatra Eduardo
D'Ângelo Mimessi.
De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em
todo o mundo. Os fatores são os mais diversos: perdas, questões culturais, em
todos os casos a psiquiatria e a psicologia são importantes para o tratamento
da doença. A religiosidade também. O olhar espiritual, em muitos casos, é a luz
no fim do túnel para muitas pessoas que precisam da fé para vencer a doença.
"Ela [religiosidade]
nos ajuda a entender o sentido da vida, a buscar o sentido da vida que muitas
vezes se perde por causa da depressão e também nos ajuda a buscar
esperança", diz o padre José Carlos de Melo, da paróquia Puríssimo Coração
de Jesus.
Heloisa atribui a cura dos
sintomas da doença graças a espiritualidade. "A minha cura veio pela fé,
pela oração, pela espiritualidade, tudo".
A fé, no entanto, não
dispensa a ação da ciência. "Deus, justamente, em sua infinita sabedoria,
colocou a pessoa do médico psiquiatra, do psicólogo, para nos ajudar, aliado
com a fé, para podermos sair desse problema", explica o sacerdote.
Nem a ciência a da fé.
"São ferramentas que a vida nos dá, Deus nos dá, para nós podermos
ajudá-lo a manter esse mundo conforme ele mesmo solicitou", afirma o
psicólogo.
Eloisa deixou uma década
para trás e agora arremata a costura da nova vida por meio da fé. "Me
casei com 40 anos, de 41 para 42 eu tive um filho, que hoje está com seis anos.
Deus me deu um filho de presente".
Reagir às podas da vida que
levam à depressão é confiar que no tempo certo as flores reapareçam.
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