segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ciência e fé são aliadas na cura da depressão


Pedro Teixeira/Canção Nova

Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, doença cuja causa ao longo de séculos tem sido estudada. Além de grandes avanços no campo da ciência, a fé é uma importante aliada na superação do problema.

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Como uma árvore que perde o verde. Que se definha aos poucos. Assim era Eloisa Vânia Santos 10 anos atrás quando a depressão pesou na vida dela. E a fez emagrecer.

"Eu não tinha vontade de fazer nada, eu não tinha vontade de levantar, de tomar banho, eu não tinha vontade de sair, não queria ver ninguém, não queria ver as pessoas e que ninguém me visse nessa situação", conta Eloisa.

A grosso modo, a psicologia define a depressão como impotência do homem diante das dificuldades. As distorções de pensamento surgem entre a infância e a adolescência, quando aprendemos a ter pensamentos negativos involuntários causados pelo meio em que crescemos.

"Esse aprendizado de identificar seus pensamentos automaticamente negativos é a preparação para um segundo passo, que é começar a desafiar esses pensamentos. Nem tudo o que nós pensamos é expressão da realidade", explica o psicólogo especialista no tratamento de depressão e ansiedade, José Almiro Machado.

Na psiquiatria, os medicamentos auxiliam na estabilização dos neurotransmissores, substãncias químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios.

"Você tem uma queda na quantidade dessas substâncias químicas dentro do cérebro e aí ocorrem os sintomas característicos da depressão", explica o psiquiatra Eduardo D'Ângelo Mimessi.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo. Os fatores são os mais diversos: perdas, questões culturais, em todos os casos a psiquiatria e a psicologia são importantes para o tratamento da doença. A religiosidade também. O olhar espiritual, em muitos casos, é a luz no fim do túnel para muitas pessoas que precisam da fé para vencer a doença.

"Ela [religiosidade] nos ajuda a entender o sentido da vida, a buscar o sentido da vida que muitas vezes se perde por causa da depressão e também nos ajuda a buscar esperança", diz o padre José Carlos de Melo, da paróquia Puríssimo Coração de Jesus.

Heloisa atribui a cura dos sintomas da doença graças a espiritualidade. "A minha cura veio pela fé, pela oração, pela espiritualidade, tudo".

A fé, no entanto, não dispensa a ação da ciência. "Deus, justamente, em sua infinita sabedoria, colocou a pessoa do médico psiquiatra, do psicólogo, para nos ajudar, aliado com a fé, para podermos sair desse problema", explica o sacerdote. 

Nem a ciência a da fé. "São ferramentas que a vida nos dá, Deus nos dá, para nós podermos ajudá-lo a manter esse mundo conforme ele mesmo solicitou", afirma o psicólogo. 
Eloisa deixou uma década para trás e agora arremata a costura da nova vida por meio da fé. "Me casei com 40 anos, de 41 para 42 eu tive um filho, que hoje está com seis anos. Deus me deu um filho de presente".

Reagir às podas da vida que levam à depressão é confiar que no tempo certo as flores reapareçam.

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