Padre Marcelo Rossi inaugura
o maior templo católico do Brasil
"Mãe de todas as
igrejas" e "novo cartão postal de São Paulo". O padre Marcelo
Rossi coleciona expressões para definir o Santuário Theotokos - Mãe de Deus,
que será inaugurado amanhã, sexta-feira, 02/10/12, ainda incompleto, após sete
anos em construção.
Novo local das missas do
sacerdote, o templo, em Interlagos (zona sul da capital), poderá abrigar 100
mil fiéis quando estiver totalmente pronto e será o maior da Igreja Católica no
Brasil em capacidade de público.
Até a semana passada, o
padre celebrava em um galpão alugado que recebia, no máximo, 13 mil pessoas,
muitas delas do lado de fora.
O novo espaço terá uma nave
de 8.500 m², onde ficará o altar. Na área coberta, 6.000 fiéis assistirão à
missa sentados e 14 mil de pé --a Prefeitura de São Paulo concedeu uma
autorização parcial para o funcionamento com lotação de 20 mil espectadores.
A igreja foi construída em
um terreno de 30 mil m², local que antes abrigava uma fábrica de cervejas. O
terreno foi comprado em 2004 e, segundo
o padre Marcelo, custou R$ 6 milhões. Ele pagou mais da metade e o
restante foi uma doação do empresário Antônio Ermírio de Moraes. Desde então,
toda a renda obtida com a venda dos produtos produzidos pelo padre é revertida
à construção da igreja.
O projeto do templo foi
doado pelo arquiteto Ruy Ohtake que explica: “Quando elaborei o projeto,
desenhei o espaço procurando reflexão e meditação.” O estilo é moderno
contemporâneo, diferente dos tradicionais templos do catolicismo, de inspiração
gótica. Cheio de curvas, o pé-direito varia entre 6 a 25 metros. O altar tem 5
metros de altura e, sob ele, o projeto prevê ainda uma cripta para guardar os
restos mortais de padres e bispos da Diocese de Santo Amaro.
Embora o padre Marcelo não
revele, de jeito nenhum, o valor gasto nas obras, ele afirma que o templo poderia receber até 100 mil pessoas.
Já o arquiteto Ohtake diz que a igreja comporta cerca de 20 mil pessoas e mais
60 mil no pátio descoberto. A maquete original, feita em dezembro de 2004,
previa uma cruz de 44 metros de altura que poderia ser vista a 1 km de
distância. Mas ela ainda não foi construída.
Adiado desde novembro de
2005, a primeira previsão de entrega, a demora pela conclusão deu-se somente
por uma questão financeira. “Em 2009, em um almoço, D. Fernando (Figueiredo,
bispo de Santo Amaro) disse que nem com décadas de venda de CDs conseguiríamos
pagar o Santuário”, relata o padre.
Contudo, o projeto foi
concluído após Rossi escrever o
best-seller Ágape, em 2010. Foi fundamental o lucro recebido com a venda
de 8,2 milhões de cópias do livro, além do CD Ágape (1,9 milhões de cópias
vendidas), o livro infantil Agapinho (600 mil), o DVD Ágape Amor Divino (302
mil) e o CD de mesmo nome (283 mil).
Após o término da obra, que
continuará nos dias em que não houver missa, 80 mil pessoas poderão ocupar a
área externa, de onde também verão o altar --as 14 pilastras que sustentam a
estrutura foram dispostas de modo a permitir a visão.
"A igreja precisa
disso. O povo precisa de um lugar onde possa se concentrar em oração", diz
o padre Marcelo. O espaço funcionará como a nova catedral da Diocese de Santo
Amaro.
Segundo o bispo da diocese,
dom Fernando Figueiredo, a matriz atual, no largo 13 de Maio, tem capacidade
para 400 pessoas e é insuficiente para abrigar eventos como crismas, que agora
irão para o Santuário.
"Um único setor de
Santo Amaro tem 1.500 jovens em cada crisma, mais os padrinhos", diz
Rossi. Ele espera que o templo se torne um novo ponto turístico na cidade.
"Mesmo quem não for
católico vai querer passar para ver", afirma. O projeto do arquiteto Ruy
Ohtake tem teto azul em forma de onda e uma cruz de 42 metros de altura.
Outros pontos de atração,
segundo o sacerdote, são as pinturas de Nossa Senhora e uma reprodução da
"Pietà", de Michelangelo, na cripta abaixo do altar. Rossi pretende
ser sepultado no local, que só poderá receber padres e bispos da Diocese de
Santo Amaro. "Senão, até padre de Pernambuco iria querer ser enterrado
aqui", diz.
O religioso nega que esteja
tentando se contrapor aos megatemplos que igrejas evangélicas como a Assembleia
de Deus e a Universal do Reino de Deus estão construindo em São Paulo.
"Não pensei nos
evangélicos. Tenho respeito enorme por eles, mas há igrejas como a Assembleia
de Deus, que têm doutrina, e há seitas", diz o padre, evitando nominar as
igrejas do segundo grupo.
Oito anos depois de iniciar
a obra, dia 2 de novembro será inaugurado o megatemplo do padre Marcelo Rossi,
na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Para a missa inaugural,
às 11h do dia de Finados, os cantores Alexandre Pires e Agnaldo Rayol já
confirmaram presença.
Fontes: Folha de São Paulo e Revista Época
.
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