sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Através de nota CNBB questiona ética em programas de TV



Os reality shows “atentam contra a dignidade da pessoa"
O Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) divulgou uma nota no final da tarde desta quarta-feira, 16, manifestando-se sobre o “baixo nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão”.  Os bispos citam especialmente os reality shows “que têm o lucro como seu principal objetivo”.

Após destacar a importância da TV para a sociedade brasileira, reconhecida pelo prêmio Clara de Assis de Televisão dado pela CNBB anualmente, os bispos lamentam que “serviços prestados com apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral” sejam “ofuscados” por programas como os reality show.

Para os bispos, os reality shows “atentam contra a dignidade da pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira”.

A nota se dirige tanto às TVs quanto ao Ministério Público, aos pais, mães,  educadores, anunciantes e publicitários, conclamando cada um desses atores a refletir sobre sua responsabilidade em relação à qualidade dos programas na televisão.

 Confira a nota na íntegra:

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
                  Conselho Episcopal de Pastoral –25ª Reunião
                  Brasília –DF, 15 a 17 de fevereiro de 2011
                                                                                                      P –Nº 0131/11

                   NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E PROGRAMAS DE TV

               Têm chegado à CNBB diversos pedidos de uma manifestação a respeito do baixo nível moral   que   se   verifica  em   alguns   programas   das   emissoras   de   televisão,   particularmente   naqueles denominados Reality Shows, que têm o lucro como seu principal objetivo.
 
               Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, de 15 a 17 de    fevereiro   de   2011,  compreendendo   a      gravidade    do   problema    e  em  atenção    a  esses  pedidos, acolhendo o clamor de pessoas, famílias e organizações, vimos nos manifestar a respeito.
               Destacamos       primeiramente      o  papel    desempenhado       pela  TV    em    nosso   País   e  os importantes serviços por ela prestados à Sociedade. Nesse sentido, muitos programas têm sido objeto de  reconhecimento  explícito  por   parte  da   Igreja   com  a   concessão   do  Prêmio  Clara   de   Assis   para a Televisão, atribuído anualmente.

               Lamentamos, entretanto, que esses serviços, prestados com apurada qualidade técnica e inegável  valor cultural e  moral, sejam  ofuscados por alguns programas, entre  os quais   os chamados reality    shows,   que   atentam    contra   a  dignidade    de  pessoa   humana,     tanto  de   seus  participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira.

               Cônscios     de   nossa  missão   e  responsabilidade   evangelizadoras,   exortamos   a   todos       no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade.

               Dirigimo-nos, antes de tudo, às emissoras de televisão, sugerindo-lhes uma reflexão mais profunda sobre seu papel e seus limites, na vida social, tendo por parâmetro o sentido da concessão que lhes é dada pelo Estado.

               Ao    Ministério    Público    pedimos    uma    atenção    mais   acurada    no  acompanhamento         e adequadas   providências   em  relação   à   programação   televisiva,   identificando   os   evidentes   malefícios que ela traz em desrespeito aos princípios basilares da Constituição Federal (Art. 1º, II e III).

               Aos pais, mães e educadores, atentos a sua responsabilidade na formação moral dos filhos e   alunos,   sugerimos   que   busquem   através   do   diálogo   formar   neles   o   senso   crítico   indispensável   e capaz de protegê-los contra essa exploração abusiva e imoral.

               Por fim, dirigimo-nos também aos anunciantes e agentes publicitários, alertando-os sobre o significado da associação de suas marcas a esse processo de degradação dos valores da sociedade.

               Rogamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, luz e proteção a todos os profissionais   e   empresários   da   comunicação,   para   que,   usando   esses   maravilhosos   meios,   possamos juntos construir uma sociedade mais justa e humana.

                                                                                  Brasília, 17 de fevereiro de 2011


 Dom GeraldoLyrio Rocha       Dom Luiz Soares Vieira              Dom Dimas Lara Barbosa        
Presidente da CNBB           Vice-Presidente da CNBB       Secretário Geral da CNBB


Fonte: CNBB

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