Médico e literato, este
apóstolo virgem é o mais acessível e rico dos evangelistas. Segundo a Tradição,
São Lucas pintou quadros da Santíssima Virgem.
O
“Evangelho de Maria Santíssima”,
Entre essas testemunhas ele
pôde consultar São Pedro e os demais Apóstolos e Discípulos, as Santas
Mulheres, e existe a hipótese provável de ele ter recebido informações
preciosas da própria Mãe de Deus. Daí ter sido ele o único evangelista a falar
da Anunciação, da visita a Santa Isabel com o excelso cântico do Magnificat, do
nascimento do Menino Jesus em Belém, da adoração dos pastores, da Circuncisão,
Apresentação no Templo e purificação de Maria Santíssima, e da perda e encontro
do Menino Jesus entre os Doutores da Lei. Pelo que seu Evangelho mereceu ser
chamado por alguns de O Evangelho de Maria Santíssima. Com efeito, “dentre
esses informantes, sobretudo nos primeiros capítulos do seu Evangelho, pode-se
ouvir ainda a voz suave da própria mãe de Jesus”.
São Lucas foi chamado também
“o escritor da mansidão de Cristo”, porque em seu Evangelho ressalta muito a
bondade misericordiosa e a paternal benignidade do Filho de Deus, como se expressam
em suas parábolas. O que se nota principalmente nas da ovelha perdida, do filho
pródigo, do bom samaritano, e sobretudo no dolorido olhar de Jesus a Pedro
depois de suas negações.
Outros apontam também o
importante papel que as mulheres desempenham no Evangelho de São Lucas. O
paganismo as tinha rebaixado ao nível quase de escravas. “São Lucas recolhe da
vida e ensinamento de Jesus tudo o que pode realçar o valor e estima que teve
pela mulher”.
De fato, segundo o Apóstolo
São Paulo, “todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Todos vós que
fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Já não há judeu nem
grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em
Cristo Jesus” (Gal 3, 26-28).
Quadro da Anunciação: São Lucas é representado anotando as palavras |
Por outro lado, nesse
Evangelho de uma simplicidade encantadora, “as ações e a doutrina do Salvador
nele são apresentadas da maneira mais tocante; cada palavra encerra mistérios
ocultos, oferece riquezas infindas”, além do que “a dignidade com a qual nos
são apresentados os mistérios mais sublimes, que estão acima de toda expressão
e de nossa maneira de conceber as coisas criadas, essa dignidade na qual não se
encontra nenhuma palavra pomposa, tem qualquer coisa de divino”.(4)
São Lucas “possui ademais o
sentido da História, e da História considerada como auxiliar da fé. Ele quer
fazer um relato ‘seguido e ordenado’; para isso, 'examinou cuidadosamente as
coisas desde sua origem', e consultou ‘os que desde o princípio foram
testemunhas oculares e ministros da palavra’; tudo a fim de que Teófilo [a quem
dirige seus livros] ‘reconheça a solidez dos ensinamentos dos que o
catequizaram’ (cfr. Luc. 1, 1-4) ”.(5)
Muitos vêem no Evangelho de
São Lucas uma influência muito grande de São Paulo e, “senão seu primeiro
impulso, certamente sua característica: a universalidade da salvação, suas
portas abertas aos gentios, a inexaurível misericórdia divina, o perdão dos
pecados, a oração e a perseverança são os temas que de mais relevância se
revestem neste Evangelho, que, pela suavidade de afetos de que é impregnado e
pela graça da expressão, é de todos o mais atraente”.(6)
Segundo a Tradição, São
Lucas é um apóstolo virgem, era também pintor, e teria pintado vários quadros
da Santíssima Virgem, dos quais alguns permanecem até hoje, e mesmo de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Fonte: Plinio Maria
Solimeo - pmsolimeo@catolicismo.com.br
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