Eles são chamados a ser diferentes, mas para melhor!!!
O Cristianismo se espalhou a partir de um grupo de discípulos escolhidos por Jesus,
cuja missão desafiadora era desproporcional às suas capacidades
humanas. O ambiente judaico da época e o poder romano, que dominava o
quadro cultural em que se encontravam, não lhes eram propícios para
divulgarem a Boa Nova do Evangelho. No entanto, pessoas limitadas se
puseram a falar de Jesus Cristo e a proclamar que Ele está vivo. A
perseguição desencadeada nos anos que se sucederam provocou a chamada
“diáspora”, dispersão que se revelou providencial, pois fez com que o
Evangelho chegasse a rincões mais distantes. Até hoje, cada
situação adversa é oportunidade – Kairós – aproveitado por Deus, para
novas oportunidades para testemunhar o nome de Cristo. O resultado aí
está, com a presença da Igreja em toda parte, malgrado todas as
dificuldades encontradas no correr dos séculos.
Já nos primeiros séculos, escritores cristãos deixaram o testemunho do caminho seguido para o crescimento da Igreja: “Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, os apóstolos começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judéia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos. Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos apóstolos.
Já nos primeiros séculos, escritores cristãos deixaram o testemunho do caminho seguido para o crescimento da Igreja: “Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, os apóstolos começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judéia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos. Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos apóstolos.
Apesar
de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam
senão uma só Igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e que é
origem de todas as outras. Assim, todas elas são primeiras e
apostólicas, porque todas formam uma só. A comunhão na paz, a mesma
linguagem da fraternidade e os laços de hospitalidade manifestam a sua
unidade. Estes direitos só têm uma razão de ser: a unidade da mesma
tradição sacramental” (Do Tratado sobre a prescrição dos hereges, de
Tertuliano, presbítero, capítulo 20 – Século III). A “certidão
de nascimento” de uma comunidade cristã é dada pelo laço da sucessão
apostólica, que a liga aos primórdios da fé cristã.
Nosso tempo é de pluralismo, por isso exige testemunho mais qualificado dos cristãos. A
Igreja pede, em sua oração, que no tempo da renovação da festa pascal,
quando o Senhor reacende a fé em Seu povo, estes compreendam melhor o
batismo que os lavou, o Espírito que lhes deu nova vida e o Sangue que
os redimiu (Cf. Oração do dia do Segundo Domingo da Páscoa). É que não
lhes é lícito esmorecer diante de qualquer situação. Antes, cabe-lhes
exercitar a criatividade suscitada pelo Espírito Santo a fim de
fermentarem de novo e sempre os ambientes em que se encontram.
Após a Ressurreição, o Senhor Jesus Cristo apareceu aos Apóstolos (cf. Jo 20,19-31), estando “as portas fechadas”. Comunicou-lhes Sua paz, confirmou-lhes a fé, fazendo-os superar o medo das chagas – agora gloriosas! – entregou-lhes a missão de serem portadores da misericórdia infinita com que quer restaurar a vida dos homens e mulheres de todos os tempos com o sacramento do perdão. Enfim, deu-lhes “instrumentos de trabalho”. Dali para frente, as mudas da fé foram plantadas em toda parte e não existem portas fechadas que não possam ser superadas. Não é necessário nem conveniente ou permitido usar as armas da violência, do engodo ou da mentira. Basta anunciar Jesus Cristo, pois só Ele pode converter os corações.
Após a Ressurreição, o Senhor Jesus Cristo apareceu aos Apóstolos (cf. Jo 20,19-31), estando “as portas fechadas”. Comunicou-lhes Sua paz, confirmou-lhes a fé, fazendo-os superar o medo das chagas – agora gloriosas! – entregou-lhes a missão de serem portadores da misericórdia infinita com que quer restaurar a vida dos homens e mulheres de todos os tempos com o sacramento do perdão. Enfim, deu-lhes “instrumentos de trabalho”. Dali para frente, as mudas da fé foram plantadas em toda parte e não existem portas fechadas que não possam ser superadas. Não é necessário nem conveniente ou permitido usar as armas da violência, do engodo ou da mentira. Basta anunciar Jesus Cristo, pois só Ele pode converter os corações.
Formaram-se
as primeiras comunidades cristãs (Cf. At 2, 42-47; At 4, 32-35; At
5,12-16), como relatam os Atos dos Apóstolos. Perseverança na escuta da
Palavra de Deus, na Oração, na Eucaristia e na Partilha dos bens. E em
toda a sua história, a Igreja constatou que os bens, quando
partilhados, se multiplicam. É a lógica de Deus, diferente do que o
senso comum possa oferecer! Todas as gerações de cristãos se
descobriram chamadas à fraternidade, lenir as chagas e suscitar obras
com as quais os mais frágeis da sociedade são por eles acolhidos e
promovidos. Venha à luz, de forma especial, o que os cristãos fazem, ao
lado de outras forças da sociedade, para defender a vida do nascituro,
ou a Pastoral da Criança, as grandes obras de acolhimento às pessoas
com necessidades especiais ou as instituições que cuidam da saúde dos
mais pobres.
E em tempos como o nosso, em que o valor da vida é vilipendiado e a verdade relativizada, continua verdadeira a afirmação do Apóstolo São João: “A vitória que vence o mundo é a nossa fé” (I Jo 5,4). Vitória para o cristão não é a destruição do adversário! É que, amado, este se transforma! Os valores pelos quais lutam os cristãos são o que existe de melhor para a humanidade! Não a destroem ou impedem a felicidade. Eles são chamados a ser diferentes, mas para melhor, no rumo de realização plena para todos, sem exceção.
E em tempos como o nosso, em que o valor da vida é vilipendiado e a verdade relativizada, continua verdadeira a afirmação do Apóstolo São João: “A vitória que vence o mundo é a nossa fé” (I Jo 5,4). Vitória para o cristão não é a destruição do adversário! É que, amado, este se transforma! Os valores pelos quais lutam os cristãos são o que existe de melhor para a humanidade! Não a destroem ou impedem a felicidade. Eles são chamados a ser diferentes, mas para melhor, no rumo de realização plena para todos, sem exceção.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
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