Segundo Paul Tillich, em seu
livro Symbol und Wirklichkeit, os símbolos religiosos dispensam qualquer
justificação, quando se compreendeu sua significação. Assim de maneira imediata
a religião se manifestaria. O símbolo tem relação direta com o
corpóreo-espiritual de cada humano, é uma forma de expressão do divino que
manifesta algo além do simples sensível. Porém, faz-se necessário para esta
compreensão o contexto de uma comunidade. O símbolo tem sentido quando em meio
a pessoas que o compreendam. Símbolo, segundo a etimologia, é um objeto cortado
formando duas partes, quando juntadas reconhece-se a quem pertence. O símbolo indica
algo para além de si, esta inserido em nossa realidade e compreensão.
Por séculos o símbolo de
Cristo perdura através da Tradição da Igreja, que é portadora de suas palavras
e sinais. Assim vemos a Igreja como caminho que se chega a Deus. O símbolo é objeto
carregado de sentido transcendente e por isso nos porta para algo maior.
Assim neste contexto, vemos
que símbolos são expressão de nossa fé sempre sedenta de estar próxima de Deus.
Segundo uma interpretação de um escritor do séc. IV, Physiologus, o pelicano é
aquele que dilacera seu peito para aspergir com sangue seus filhotes mortos, na
esperança de ressuscitá-los. Santo Agostinho e outros autores medievos
consideram o pelicano símbolo do Cristo sofredor. No hino Adoro te devote
encontramos: Pie pellicáne Jésu Domine, Me immundum munda túo sánguine, Cújus
una stílla sálvum fácere Tótum múndum quit ab ómni scélere. Que diz a tradução:
Senhor Jesus, terno pelicano, lava-me a mim, imundo, com o teu sangue, do qual
uma só gota já pode salvar o mundo de todos os pecados. É este sangue que
através do Fiel Pelicano ganha novo sentido. O pelicano nos aparece como
símbolo eucarístico, aquele que se doa sem reserva para salvar seus filhos e
alimentá-los.
Fonte:Blog Fiel Pelicano
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