terça-feira, 15 de outubro de 2013

Professor para quê?

Quando aprendemos fatos sobre a história da educação, percebemos que o ensino-aprendizagem sempre esteve presente na vida do homem. Em uma tribo, por exemplo, a educação acontecia pela repetição. A criança aprendia repetindo o que faziam os mais velhos.

Em povos de antigos guerreiros, as crianças eram formadas na educação física, de forma a se prepararem para o combate. No período do surgimento das cidades, era preciso ensinar as pessoas a ler, escrever e fazer contas, sobretudo, por causa do aumento da atividade comercial. Certos imperadores criaram escolas a fim de ensinar engenharia, arquitetura, etc., a algumas pessoas da população, para a construção de grandes palácios, templos, aquedutos, entre outros.

Para cada época e para cada situação, uma postura era tomada em relação ao processo do ensino-aprendizagem. Ora a formação era esportiva (guerreiro), ora geral (tribo), ora letras e matemática (comércio), ora engenharia (construções). Esses são apenas alguns exemplos para vermos que o ensino sempre esteve presente na história humana.
Além disso, foram vários os pensadores que, ao longo do tempo, refletiram sobre a educação. Platão disse: “Não deveria gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los.” Aristóteles ensinou: “A dúvida é o começo da sabedoria.” Santo Agostinho afirmou: “Creia e compreenderás, a fé precede, a inteligência segue.” São Tomas de Aquino alertava: “Temo o homem de um só livro.”

Mas, precisamos também nos atentar para o que nos ensinou Aquele que é o Mestre dos Mestres, Jesus. N’Ele conseguimos perceber algo importante – o papel do professor em toda essa história.

Como vimos, foram várias ênfases educacionais adotadas através dos séculos, cada uma dá atenção a um diferente processo e uma diferente escola. Contudo, na prática de Jesus, aprendemos que, para existir educação, duas coisas são essenciais: alguém que tenha verdadeiramente algo a ensinar e alguém que tenha vontade de aprender.

Jesus não tinha uma escola onde Ele ensinava, às vezes ia à sinagoga, mas a maioria dos ensinamentos d’Ele era em lugares comuns: numa casa, em cima de um barco, à beira do mar, no meio da multidão, no deserto. O Senhor também não possuía recursos como o quadro negro, a caneta, o caderno, usava somente a Palavra.

O conteúdo era quase sempre a partir de algo simples do dia a dia: o semeador que saiu a semear o grão de mostarda; o pescador que lança redes ao mar...

No entanto, o ensinamento do Mestre dividiu a história da humanidade. A força não estava na estrutura física da escola ou no processo educacional, mas sim nas palavras d’Aquele Mestre que fazia com que Seus ouvintes ficassem admirados com o ensinamento d’Ele, pois os ensinava com autoridade (cf. Mc 1,27). Mas também pelos alunos-discípulos que, após receberem esse ensinamento, mudaram radicalmente suas vidas (cf. Mc 1,16-18).

É preciso aprender com Jesus. O bom professor é aquele que ensina a verdade. O que Ele tem a dizer é mais importante do que os recursos e aparatos que utiliza. Isso é válido para todos que, de uma forma ou de outra, dão algum ensinamento: professores, pais, religiosos, catequistas... Afinal, são eles que conduzem os alunos.

A importância do professor está nisto: é preciso que ele conheça e pratique a verdade, para que, assim, possa ensinar essa verdade, conduzir os aprendizes pelo caminho certo e, dessa forma, fazê-los experimentar a vida. Ou seja, imitar o Mestre Jesus, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida (cf. Jo 14,6).

Denis Duarte
Professor da Faculdade Canção Nova

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